Os dados divulgados hoje pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho) registram a criação de 14.785 empregos com carteira assinada nas cidades do Sul Fluminense com mais de 30 mil habitantes, entre janeiro e março de 2011.
Os números são calculados a partir da diferença entre as admissões e demissões registradas no período. A grande maioria dessas vagas, contudo, estão concentradas em duas cidades: Angra dos Reis, que tem 1.480, e Volta Redonda, com 1.357. Juntos, os dois municípios respondem por 88,63% dos empregos criados na região, com 46,24% em Angra dos Reis e 42,39% em Volta Redonda.
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Em Angra dos Reis, a indústria é a responsável pela maior parte dos empregos gerados no ano, com 768 novas contratações. A construção civil - impulsionada pela obra de Angra 3 - vem logo em seguida, com 668 novas vagas. Somados, os dois setores responde por 1.436 empregos - quase a totalidade das novas vagas. O setores de serviços, com 62 contratações, agropecuária (34) serviços industriais de utilidade pública (11) e extração mineral (6) completam a lista dos saldos positivos. O comércio, com as dispensas sazonais do início do ano, acumula uma perda de 69 vagas na cidade.
Volta Redonda também tem a maior parte das novas vagas (685) na indústria. Logo em seguida, vem o setor de serviços, com 583 novos empregos. A construção civil abriu 107 novas vagas. Os outros setores com números positivos têm contribuições pequenas: extração mineral (4), serviços industriais de utilidade pública (3), agropecuária (2) e administração pública (1). As dispensas de início de ano no comércio também geraram saldo negativo para esse setor em Volta Redonda, com o fechamento de 188 vagas.
Das demais cidades com mais de 30 mil habitantes na região, Barra Mansa registra a maior expansão no mercado de trabalho, com 323 novos empregos formais. Seguem-se Resende (100) e Barra do Piraí (85). Três Rios (-100), Valença (-29) e Vassouras (-15) tiveram redução nos mercados de trabalho no primeiro trimestre.
Brasil
No primeiro trimestre do ano foram gerados no Brasil 583.886 novos empregos formais. A marca foi alcançada com o acréscimo de 92.675 novos postos de trabalho abertos em março último. O comportamento modesto em relação aos dois meses anteriores pode ser justificado, em parte, pela antecipação de contratações realizadas pelos estabelecimentos no mês de fevereiro e pela redução do número de dias úteis em março, devido ao período de Carnaval.
Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, é preciso aguardar os próximos meses para que seja possível observar alguma mudança de rumo no crescimento da empregabilidade no país, e afirma que em abril o emprego formal crescerá ainda mais.
"Março foi um mês atípico, e o resultado não tem, ainda, a meu ver, relação com uma possível desaceleração da economia. O mercado de trabalho está muito ligado ao mercado interno, e não vejo demonstrações claras de desaquecimento; pelo contrário, o Brasil continua produzindo muito e vendendo para os brasileiros", comentou o ministro.
Em março o crescimento registrado foi de 0,25% em relação ao estoque do mês anterior, resultado oriundo de 1.765.922 admissões e 1.673.247 desligamentos, maior registro da série histórica. "Em março houve recorde de desligamentos. Este comportamento do empresariado não condiz com a reclamação de que falta de mão de obra qualificada", avaliou Lupi.
Entre os oito setores de atividade econômica, sete elevaram o nível de emprego no mês, com recorde para o setor Extrativo Mineral. Entre os 25 subsetores, 19 expandiram o emprego no mês, com dois deles revelando saldos recordes, três o segundo melhor saldo e um o terceiro maior resultado para o período.
Entre as 27 Unidades da Federação, 12 apontaram elevação do emprego, com recorde no Amazonas. Houve expansão do emprego em oito das nove Áreas Metropolitanas, com a geração de 42.116 postos de trabalho (0,28%). No Interior dos estados das Regiões Metropolitanas foram gerados 60.208 postos, equivalentes ao crescimento de 0,46%.
Setores
O setor de serviços foi o que mais gerou empregos em março, com a contratação de 60.309 pessoas, o que representa o terceiro melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1992. Os destaques foram os subsetores comércio e administração de imóveis, que abriram 23.451 postos de trabalho.
A indústria de transformação ficou em segundo lugar entre os setores, com a oferta de 14.448 novos empregos. O subsetor da indústria de borracha, fumo e couro foi responsável por pouco mais da metade das contratações da indústria no mês, com 7.754 contratações.
A agricultura obteve o terceiro melhor resultado entre os setores da economia, com geração de 11.400 empregos. A cana-de-açúcar foi o setor que mais contratou (11.918). Apesar disso, houve um número alto de demissões no setor agrícola, como no cultivo de frutas, que fechou o mês com 6.273 vagas a menos. Entre as regiões, o Sudeste apresentou o melhor resultado, com geração de 75.208 empregos. Seguido pelo Sul (35.734) e Centro-Oeste (10.551).
Salário
No primeiro trimestre de 2011, os salários médios de admissão, apresentaram um aumento real de 2,92%, em relação ao mesmo trimestre de 2010, ao passarem de R$ 868,95 em 2010, para R$ 894,32 em 2011, tomando como referência o INPC médio do primeiro trimestre de 2011, do IBGE.
No período compreendido entre o primeiro trimestre de 2003 ao primeiro trimestre de 2011, os salários médios de admissão evidenciaram um aumento real de 32,28%, oriundo de aumentos generalizados que oscilam entre 9,03% no Distrito Federal a 63,37% em Rondônia.
Confira o comportamento do emprego em março
Município Total admis. Total deslig. Saldo
Angra dos Reis 1767 1424 343
Barra do Piraí 627 558 69
Barra Mansa 1309 1254 55
Resende 1135 1063 72
Três Rios 836 901 -65
Valença 265 301 -36
Vassouras 150 208 -58
Volta Redonda 2716 2719 -3
Total 8805 8428 377
Confira o comportamento do emprego no ano
Município Total admis. Total deslig. Saldo
Angra dos Reis 5777 4297 1480
Barra do Piraí 1707 1622 85
Barra Mansa 4021 3698 323
Resende 3505 3405 100
Três Rios 2761 2861 -100
Valença 877 906 -29
Vassouras 509 524 -15
Volta Redonda 8767 7410 1357
Total 27924 24723 3201
Fonte:Diário do Vale