Os estudantes que pretendem fazer um curso técnico e têm dificuldades financeiras para realizarem seus sonhos receberam uma boa notícia com a iniciativa da presidente da República, Dilma Rousseff, em estender o ProUni (Programa Universidades para Todos) para aqueles que pretendem cursar o ensino médio e profissionalizante em escolas particulares e não dispõem de renda para isso. No decorrer da última semana, Dilma afirmou que ainda neste trimestre será lançado o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica, o Pronatec.
A diretora pedagógica do Colégio Batista, Luci Gomes da Silva, disse que a proposta do governo é uma oportunidade para aqueles que não possuem condição financeira de arcar com os custos do curso e pretendem adquirir uma nova formação.
- Esta é uma possibilidade para os estudantes e os cursos. Para as instituições será positivo pelo consequente aumento da demanda que o projeto acarretará, já os novos alunos terão a oportunidade de aprimorar o currículo e ingressar no mercado de trabalho - destacou Luci.
A diretora pedagógica ressaltou que, atualmente, o mercado tem um déficit de profissionais qualificados e, segundo ela, a maior parte dos alunos quando concluem o curso já estão integrados ao rol de funcionários das instituições. Ela explicou que o colégio - que atualmente atende a 400 alunos - tem convênio com diversas empresas que recebem os estudantes para a realização de estágios durante o período letivo.
- Temos parcerias com hospitais, empresas ligadas ao ramo da siderurgia, da construção civil e de informática. Na semana passada recebi a solicitação da CSN (Companhia de Siderurgia Nacional) para que indicasse dez alunos que estão no último período do curso para participarem de uma seleção da companhia. As empresas, com a falta profissionais, têm capacitado os funcionários delas para atuarem em setores diferentes, que necessitam de mão-de-obra - lembrou.
O coordenador administrativo José Rinaldo dos Santos Simões, da Escola José Rodrigues, afirmou que setenta por cento dos 300 alunos da instituição, ao terminarem o curso, já possuem propostas efetivas de emprego.
- As empresas preferem contratar um técnico porque este funcionário tem mais contato com as necessidades reais da instituição. São eles que realmente colocam a "mão na massa", como se diz popularmente - disse Rinaldo.
Para o coordenador, as escolas profissionalizantes são boas opções porque oferecem - segundo ele - maior facilidade com relação ao ensino superior para quem pretende ingressar rapidamente no mercado de trabalho, pela menor duração do curso e dos valores das mensalidades.
- O curso técnico é o caminho mais rápido e barato para que as pessoas consigam um emprego estável - ressaltou.
Iniciativa é elogiada
O voltarredondense Gustavo Furtado de Oliveira Alves é um exemplo bem sucedido de técnico de informática que se estabeleceu no mercado de trabalho. O estudante do nono período Engenharia da Computação contou que a experiência no ensino profissionalizante foi fundamental para que ele se firmasse no mercado de trabalho.
- No terceiro ano já dava aulas de reforço em programação, e também fiz estágios em escolas da cidade e em associações. Quando terminei o curso já tinha emprego garantido, porém preferi ir para São José dos Campos a fim de fazer a faculdade - lembrou.
Para Gustavo, a proposta do governo federal em estender o ProUni para este setor significará uma nova oportunidade para quem deseja crescer profissionalmente, mas não possui uma situação financeira que permita o investimento em educação.
- Graças ao Programa Universidade para Todos pude vir para o estado de São Paulo e, com a experiência que detinha, consegui um emprego na cidade logo na primeira semana de estadia. Acho importantíssimo que o ProUni seja ampliado, afinal existe muita gente que adoraria ter uma bolsa pra estudar em um bom curso técnico. Eu por exemplo, só pude fazer [o curso] porque estagiava, caso contrário não teria como pagar os estudos - destacou.
O futuro engenheiro da computação afirmou que no setor da informática o mercado é amplo, e atualmente existe um déficit de profissionais qualificados. Ele ressaltou que, no decorrer da faculdade, os conhecimentos prévios possibilitaram que ele se destacasse perante o desempenho dos demais colegas, isso porque não precisava dispensar seu tempo estudando o básico.
- A área da tecnologia necessita de bons profissionais. Tenho tido dificuldade para encontrar um programador de com currículo significativo. Quem faz curso técnico e se esforça para ser um profissional reconhecido com certeza terá o seu espaço - afirmou
Essa opinião é compartilhada pelo fotógrafo e estudante de Publicidade e Propaganda Matheus Coutinho que, mesmo faltando três períodos para a conclusão da faculdade, já está integrado ao mercado de trabalho.
- Fiz o curso técnico de Publicidade, e assim que comecei a qualificação já trabalhava em uma produtora. O ensino médio profissionalizante foi importante para que eu tivesse sucesso - destacou.
Fonte:Diário do Vale