
O secretário de Educação, Wilson Risolia, anunciou nesta sexta-feira um plano de ações que promete um choque de gestão na rede estadual de ensino . Para reduzir uma carência estimada em 4 mil docentes, a secretaria irá apertar o cerco aos professores que não estão dando aula. Com 8 mil profissionais afastados das salas de aula por motivos de saúde, a Secretaria estadual de Educação vai contratar uma empresa privada nas próximas semanas para passar um pente-fino nas licenças médicas concedidas. Além disso, está em estudo a mudança do sistema de fornecimento de merenda, que pode deixar de ser feito por cada escola para ser centralizado.
De acordo com o plano de metas proposto por Risolia, além dos professores licenciados, a secretaria também vai focar nos 2 mil profissionais que estão cedidos a outros órgãos. Eles terão que se apresentar nos próximos 30 dias e, caso continuem sem lecionar, os órgãos em que estão lotados terão que arcar com seus vencimentos.
Um projeto de racionalização de gastos também foi anunciado pelo secretário de Educação, o que resultará em R$ 111 milhões de economia para este ano. Risolia comentou mudanças de aplicação de um rigoroso processo seletivo - com direito a provas - que será aplicado na admissão de diretores de escola e até de subsecretários, até a revisão de licenças médicas de professores e convocação de docentes cedidos a outros órgãos.
Os dados apresentados nesta sexta-feira por Risolia, em entrevista coletiva no Palácio Guanabara, dão uma ideia do desafio que o estado tem pela frente. Segundo ele, a rede estadual possui atualmente 260 mil alunos de ensino médio e 190 mil de fundamental com pelo menos dois anos de atraso. O número corresponde a 36% dos cerca de 1,25 milhão de estudantes matriculados. No último ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Rio ficou à frente apenas do Piauí no ensino médio. O estado pretende passar para a quinta posição até 2013.
- Se levarmos em conta um investimento por aluno de R$ 2.500 por ano, há um desperdício de R$ 600 milhões de investimento só com os alunos que ficam para trás no ensino médio, recursos aplicados que não deram retorno - afirmou Risolia.
Fonte:O Globo