Lançado pela Caixa Econômica Federal (CEF), o Cartão Aluguel surge como uma alternativa para as demais garantias de fiança existentes no mercado. O inquilino que optar pelo cartão pagará anuidade de R$ 96 (a ser quitada em 12 prestações de R$ 8) mais taxa de manutenção de 6,67% ao mês. Assim, quem tem contrato de mil reais, passará a pagar R$ 1.067 mensais, o que, ao fim de um ano, representará um encargo de R$ 804. Ou seja, a taxa de manutenção anual valerá 80% de um aluguel mensal. Isso, sem contar a anuidade, que, tendo valor fixo, pesará mais no bolso dos inquilinos com contratos por valores mais baixo. (Confira as respostas para as principais dúvidas sobre o Cartão Aluguel Caixa)

A expectativa é de que o novo produto substitua as modalidades mais comuns: o fiador, um figura que, segundo imobiliárias, já caminha para a extinção; e o seguro-fiança que, apesar de ser a modalidade que mais tem crescido, ainda pesa no bolso. Por ano, o locatário desembolsa, em média, o valor referente a um aluguel e meio. (Veja aqui as principais modalidades de fiança disponíveis no mercado)

Para o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), Pedro Wähmann, a novidade é bem-vinda num mercado onde a procura por locação aumenta a todo vapor.

- A ideia de se criar uma nova garantia é muito saudável. Hoje, com a estabilização da economia, há muito mais gente com condições financeiras de alugar um imóvel. E muitos ainda esbarram em exigências que não conseguem cumprir, como achar, por exemplo, um fiador que disponha de mais de um imóvel. É claro que ainda é cedo para atestar a funcionalidade do cartão, mas acredito que, com o tempo, serão feitos ajustes, caso necessário - diz Wähmann, para quem, a iniciativa da CEF pode vir a ser seguida por outras instituições bancárias.

Segundo o vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza, a proposta do novo cartão é propiciar mais agilidade e modernizar o processo de locação. Os critérios para análise de crédito, diz, serão os mesmos já adotados para a aprovação do cartão de crédito. Hoje, segundo o Secovi Rio, o Índice de Velocidade de Locação (que mede o período médio que os imóveis demoram para ser alugados) é de 38 dias.

- A ideia é oferecer segurança e agilidade à operação, a um custo competitivo. Será como comprar, por exemplo, uma TV em 12 vezes. Ao usar o cartão pela primeira vez, as parcelas seguintes constarão automaticamente das próximas faturas - explica Lenza.

A expectativa, segundo o vice-presidente da CEF, é vender cerca de 100 mil cartões a partir de seu lançamento nacional, previsto para fevereiro. Até lá, o projeto piloto ficará restrito a quatro imobiliárias, de São Paulo e de Goiás:

- Hoje, quatro mil empresas já atuam como correspondentes imobiliários do banco, ou seja, são "miniagências" que, provavelmente, também oferecerão o produto.
Fonte:O Globo