
Apesar da expressiva melhora desde 2000, o país ainda está abaixo da média geral no Pisa. Escolas estaduais e municipais têm pior desempenho.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou na última terça-feira, 6 de dezembro, os resultados do mais recente Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Feito com estudantes a partir do 8º ano do ensino fundamental, o ranking é divulgado de três em três anos e, a cada edição, dá ênfase a uma das seguintes áreas: leitura, matemática e ciências. No levantamento de 2009, em que a leitura foi o parâmetro diferencial, o Brasil ficou em 53º lugar, num universo de 65 países, e obteve média geral de 401 pontos.
Apesar de ainda estar abaixo da média estipulada pela OCDE (de 496 pontos), o Brasil apresentou o terceiro maior crescimento no Pisa desde 2000, subindo 33 pontos. Segundo o ministro da Educação Fernando Haddad, a melhora se deve à mudança no modo de encarar o ensino no país, com o aumento de investimentos, o foco na aprendizagem das crianças e a definição de metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) por escolas.
Entre as nações latino-americanas, o Brasil superou a Argentina e a Colômbia, ficou 19 pontos atrás do México (49º lugar), a 26 pontos do Uruguai (47º) e a 38 pontos do Chile (45º). Na avaliação por unidades da Federação, o Distrito Federal aparece com as melhores notas, seguido por Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Goiás, todos com média superior à média nacional.
No entanto, um dos itens do estudo que mais chama atenção está na divergência de performance entre escolas das diversas esferas administrativas. As instituições federais foram as que apresentaram melhor desempenho, com média de 528 pontos. As particulares aparecem logo depois, com média de 502 pontos. No entanto, as estaduais e municipais tiveram média muito abaixo desses índices, com 387 pontos, o que indica falta de convergência das políticas de ensino locais com as nacionais.
Ainda assim, para Haddad o “sistema educacional brasileiro está reagindo aos estímulos e o resultado do Pisa no último triênio revela que há espaço para crescer. A meta para 2012 é subir mais 16 pontos e, para alcançar essa meta, é prioritário investir em educação infantil e na valorização do magistério, em formação e remuneração”.