Após disputar com todos os municípios do país, Barra Mansa garantiu uma das dez vagas para implantação de uma Casa de Acolhimento Transitório Para Crianças e Adolescentes (CATs). A Casa, que é uma iniciativa do Ministério da Saúde, tem por finalidade acolher meninas com idades entre 10 a 17 anos, em uso abusivo e prejudicial, prioritariamente, de cocaína e derivados como crack ou em situação de vulnerabilidade social, e atenderá a todo o Médio Paraíba II, que também envolve os municípios de Rio Claro, Quatis, Porto Real, Resende e Itatiaia.

De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde Mental, Maria Elvira da Cunha Franco Dias, a previsão é de que a Casa seja implantada no primeiro semestre de 2011, quando as pacientes deverão ser encaminhadas por meio dos programas de saúde mental dos municípios do Médio Paraíba II. Segundo Maria Elvira, a implantação da Casa de Acolhimento é um grande marco para o município, que será o único da região a receber o investimento.

- O Ministério da Saúde lançou o edital com dez vagas para todo o país e os municípios fizeram o projeto para pleitear uma delas. Encaminhamos o nosso projeto e fomos contemplados com a implantação da Casa, que terá um investimento de R$ 180 mil e um custeio de R$ 24 mil por mês. Os atendimentos serão feitos por uma equipe composta por assistente social, psicólogos, equipe de apoio e cuidadores, conforme preconiza o Ministério da Saúde e isso, com certeza, será um grande diferencial para a cidade – explicou a coordenadora.

Ainda de acordo com Maria Elvira, a Casa terá capacidade para acolher 12 meninas, com a permanência máxima de até 45 dias, e funcionará dentro dos parâmetros da Reforma Psiquiátrica Brasileira, que prevê um atendimento o mais comunitário possível. As meninas ficarão abrigadas, desenvolverão atividades e receberão tratamento nas comunidades. Cada usuária terá um projeto terapêutico individual e esse processo é que vai definir quais as atividades que as pacientes participarão dentro da Casa, envolvendo as áreas de Saúde, Assistência Social e comunidade, no geral.

- O que faz a diferença é que esse projeto é individual e o tratamento feito de acordo com o caso de cada usuária. No Brasil já existem centros que funcionam dessa forma, em que a recuperação e socialização deram muito certo. Baseado no que prevê o Ministério da Saúde, a magnitude do problema do crack envolve não só o usuário e depende de parcerias entre os serviços de Saúde, Assistência Social, Judiciário e Educação, e é dessa forma que iremos trabalhar – disse a coordenadora, ao acrescentar que todas as ações da Casa serão programadas em parceria com esses setores.