Adolescente na fila por transplante de fígado não recebe remédio do Estado
Mãe do rapaz entrou na Justiça para ter acesso aos medicamentos, mas enfrenta dificuldades


ela segunda vez em menos de um ano, Raphael de Jesus do Amaral, 17 anos, revive um drama: além de aguardar na fila por um transplante de fígado, o rapaz não consegue retirar na farmácia do Estado os medicamentos necessários para tratar a doença que têm desde 2008: colangite esclerosante.

Para ter direito a receber os remédios, a mãe de Raphael, Maria da Penha, que é deficiente visual, teve que entrar na Justiça. Mesmo assim, está desde junho sem recebê-los. Juntos, os medicamentos Ursacol 300mg, Propanolol 10mg, Phynal 400mg, Omeoprazol 20mg e ácido fólico 5mg custam cerca de R$ 460 por mês. Os remédios não fazem parte da grade de distribuição gratuita do Sistema Único de Saúde (SUS).

Como O DIA noticiou em 30 de março, de setembro de 2009 até março desse ano, Raphael sofreu o mesmo problema. No total, a mãe do menino gastou R$2,7 mil. Para comprar os remédios, teve de pedir dinheiro emprestado.

“Ligo para a farmácia do Estado para saber quando posso buscar os medicamentos e eles dizem que não há previsão. Fui duas vezes ao local e os funcionários me disseram para aguardar, não sei o que fazer”, lamenta Maria da Penha, ressaltando que todo o medicamento de Raphael acabou.

Segundo a coordenadora da Central de Mandados Judiciais da Secretaria Estadual de Saúde, Mariana Brandão, desde março foram entregues 140 comprimidos de Propanolol. “O paciente tem medicamento suficiente para até 20 de setembro, quando já está agendada nova retirada”, disse em nota. Já o Omeoprazol não constaria do mandado judicial.

Sobre o Ursacol, Brandão afirma que foram entregues 300 pílulas — o bastante até o final de agosto. Ela informa que “ocorreu um desabastecimento” do remédio no mês passado, mas que “o estoque foi regularizado” e o remédio está à disposição. Quanto ao Ephynal, Brandão diz que o paciente apresentou uma receita que indicaria tratamento por somente dois meses, e que o remédio teria sido entregue em março.




Fonte:Jornal O Dia