Cerca de mil pessoas passaram pela arena dedicada à cultura afro-brasileira em Volta Redonda
O 7º Festival de Curimba do Sul Fluminense bateu recorde de público neste domingo (17), no Memorial Zumbi, em Volta Redonda. O evento realizado pelo Coletivo Kekerê, do Centro Espírita Nossa Senhora da Guia (CENSG), reuniu cerca de mil pessoas para uma grande festa da cultura negra, com atrações como a cantora baiana Nega Duda e a percussionista Letícia Ventania.
O terreiro vencedor do tema especial, que nesta edição homenageou ‘Dona 7, MInha Amiga de Alma’, foi a Tenda Espírita Vó Cambinda e Tia Chica (Volta Redonda), com a cantiga ‘Toda Mulher tem sua Legbara’, apresentada pelo Grupo Afro Iyá Mi Dunda.
“O sentimento e ganhar mais uma edição é de fé, confiança comprometimento com o Sagrado, meus ancestrais e com nosso Festival de Curimba Sul Fluminense. É o sentimento de felicidade mulher preta deixando nossa mensagem de luta e vitórias.” Destacou a compositora da música vencedora, mãe Janaína Aparecida, que agora prepara seu grupo para participar do Prêmio Atabaque de Ouro 2025.
Foram 28 composições inscritas e, além dos grupos de Barra do Piraí, Valença, Vassouras, Rio de Janeiro e Volta Redonda, o festival recebeu um grupo de Itajubá-MG e, pela primeira vez, um grupo cultural de curimba do Quilombo de Santana (Quatis). Segundo pai Sid Soares, a cada ano, o Festival de Curimba tem se tornado uma referência de celebração na agenda do Novembro Negro no Sul Fluminense, mês em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra.
“O Povo de Terreiro conhece as dificuldades de manter viva a sua cultura, que é um dos alicerces da herança africana no Brasil. Além dos crimes de intolerância religiosa, sofridos dia após dia, contamos com pouquíssimos recursos dos setores governamentais da cultura. Ver a casa cheia para uma celebração organizada pelo povo negro para saudar os seus ancestrais é a certeza de que estamos no caminho certo. Esta edição foi muito especial, porque trouxe para o centro a força das mulheres de axé e o poder feminino que nos habita”, declarou Pai Sid Soares, produtor do Festival de Curimba do Sul Fluminense.
O fundador do grupo Axé Canto Brasil, de Itajuá-MG, Davi Tupinambá, comentou sobre a importância de sua primeira participação no Festival. “Por intermédio do irmão Duti D'oxossi, que me concedeu o contato do Pai Sid soares que me atendeu com muito carinho e respeito como tem por todos e consegui me inscrever. Agradeço pelo acolhimento e respeito de todos concorrentes desse grande evento e, principalmente, à Mãe Lu Bandeira, que foi a pessoa que me descobriu como compositor de cantigas para terreiro e movimentação cultural de festivais de umbanda”, destacou Davi.
Confira a lista de terreiros premiados:
1° Lugar Tema Livre Música: Cana e Café Janaína Aparecida Grupo Afro Iyá Mi Dunda Terreiro: Tenda Espírita Vó Cambinda e Tia Chica - Volta Redonda.
2° Lugar Tema Livre Música: Levo fé no Cavaleiro, Davi Tupinambá - Grupo Cultural Axé Canto Brasil, Terreiro: Tupinambá Cipriano Família Unida – Itajubá- MG.
3° Lugar Tema Livre Música: Filho da Cobra, Duti de Oxossi, Terreiro: Tenda Irmandade Umbandista Pai Joaquim de Angola – Iupajá – Barra do Piraí.
Melhor Torcida: Grupo Tambores da Mata. Terreiro: Canto de Caridade Caboclo Ventania - CCCV, Valença.
O Festival de Curimba do Sul Fluminense contou com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Volta Redonda e patrocínio do Teatro Gacemss, Seleto Hotel e Volkswagen Caminhões.
