A SBPC/ML alerta que existem testes que auxiliam os médicos a diagnosticarem vírus respiratórios como os que provocam gripes e covid. Crianças, idosos e imunodeprimidos são os mais suscetíveis a complicações e devem buscar medicamentos próprios

 

As doenças respiratórias são comuns em temperaturas mais baixas e umidade do ar reduzida e as infecções costumam trazer mais riscos aos pacientes pediátricos, idosos acima de 60 anos e imunossuprimidos. As manifestações mais comuns são sinusite, gripes e resfriados e o agravamento de condições como rinite alérgica, asma, bronquite, tuberculose e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Médicos alertam que as gripes continuam em alta e as infecções agudas do trato respiratório, tanto pelo vírus da Influenza, quanto pelo Coronavírus, possuem tratamento disponível com medicamentos antivirais específicos. Pessoas com risco de apresentar doença grave, é fundamental se buscar um tratamento rapidamente. Além disso, vale lembrar que elas são contagiosas e devem ser tratadas.
 

Como os sintomas em geral apresentam sintomas similares - tosse - com ou sem secreção - congestão nasal, coriza e febre, alguns casos com falta de ar e dor no peito – o diagnóstico dos vírus por meio de exames é um bom caminho para se evitar complicações e condução inadequada.
 

Nos últimos anos, a inovação facilitou a identificação dos patógenos de doenças respiratórias mais comuns, de forma precisa, através de métodos laboratoriais como a detecção por PCR e o sequenciamento molecular. Outro avanço foi o surgimento de testes rápidos que identificam os antígenos produzidos pelo vírus por meio do swab nasal e seus resultados saem tão rápido quanto 10 minutos.
 

“Diagnosticar corretamente um indivíduo que apresenta sintomas, e sobretudo sinais de insuficiência respiratória, aguda ou crônica e outros sintomas causados pela afecção primária, é fundamental. E para um bom diagnóstico é preciso se basear nas evidências clínicas, com apoio de exames de imagem e análises clínicas”, explica o médico Dr. Celso Granato, infectologista pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e especialista e membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML).
 

Para o diagnóstico mais preciso, além da avaliação clínica realizada por um profissional de saúde, é importante identificar o tipo de vírus respiratório com apoio de métodos moleculares, que facilitam a detecção e caracterização de grupos e cepas na infecção. A especificação do patógeno é importante para a definição do tratamento clínico e a causa do surto.


“A aplicação de testes moleculares permite a diferenciação dos agentes causadores da doença, permitindo assim a intervenção clínica apropriada oferecendo tratamento correto para o indivíduo, principalmente para quem é paciente crônico”, acrescenta a médica Patologista Clínica e diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC/ML), Dra. Annelise Corrêa Wengerkievicz Lopes.


“No caso das infecções respiratórias que apresentam sintomatologia semelhante, quando acontecem em pacientes com alto risco para complicações, como pacientes transplantados, é preciso utilizar um método diagnóstico que possa identificar o agente infeccioso. Um deles é o painel molecular para doenças respiratórias, que consegue rastrear vários tipos de patógenos respiratórios, inclusive aqueles que provocam somente quadros de resfriado comum em pessoas com boa imunidade, mas que para estes pacientes podem evoluir de maneira crítica”, explica a diretora da SBPC/ML.


A utilização de testes rápidos de detecção de antígeno tem tornado possível realizar o exame em localidades que não contam com teste molecular, permitindo o diagnóstico etiológico em grande parte de pacientes que provavelmente não teriam oportunidade de um diagnóstico rápido. “Entretanto devemos sempre lembrar que a sensibilidade de um teste de antígeno é bastante inferior a um teste molecular e um teste negativo não é capaz de eliminar a hipótese da doença em pessoas que estejam com sintomas consistentes”, lembra a médica.


Algumas enfermidades podem evoluir para casos mais graves mesmo com o uso de antivirais no início da doença. Por isso, manter a imunização em dia com vacinas ainda é o meio mais adequado de tentar prevenir o agravamento das doenças infecciosas, que podem levar a internação ou até mesmo ao óbito.

 

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