Inédita no Rio de Janeiro, interação do Tribunal com comunidades tradicionais faz parte de estratégia para estímulo à participação nas Eleições 2022
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) deu início, neste final de semana, a uma série de ações de cidadania para interagir com comunidades quilombolas e aldeias indígenas, grupos constituídos com identidade cultural própria, com forte preservação de costumes ancestrais. Inédito no Rio de Janeiro, o gesto de aproximação do Tribunal tem o objetivo de debater o vínculo entre o reconhecimento de direitos, democracia e participação consciente no processo eleitoral.
Quilombo do Sacopã
O presidente do TRE-RJ conduziu pessoalmente o primeiro encontro, que ocorreu no sábado (4), na comunidade do Quilombo do Sacopã, na Lagoa, Zona Sul do Rio, que tratou de democracia, diversidade, reconhecimento e da trajetória dos 90 anos da histórica luta da Justiça Eleitoral contra as fraudes, que tem na urna eletrônica o ponto alto na conquista de um processo de votação rápido, seguro e auditável.
O patriarca da comunidade, Luiz Sacopã, agradeceu a inédita presença da Justiça Eleitoral no local. “Essa interação com as instituições democráticas tem muito valor para nós. Quanto mais visibilidade sobre a nossa existência, mais esclarecida e mais fortalecida fica a nossa comunidade”, afirmou.
Aldeia Maracanã
No domingo (5), servidoras e servidores da Escola Judiciária Eleitoral (EJE-RJ) e da Comissão Iguais do TRE-RJ foram recebidos pelo cacique José Urutau na escolinha montada no assentamento da Aldeia Maracanã. Falando inicialmente na língua tupi-guarani e, em seguida, em português, a liderança indígena agradeceu a iniciativa e disse “estar feliz” com a presença do Tribunal no local.
Indígena do povo Xukuru, Dario Jurema falou sobre a luta para manter a posse da Aldeia Maracanã. “É um espaço ancestral para nossos povos, com muito significado para nossa história”, disse. “Antes de mais nada, temos que estabelecer a representatividade no nosso no dia a dia, na prática cotidiana, estar sempre atento àquilo que o poder público tem como dever e aos nossos direitos” explicou. “Temos que fazer a nossa parte também, não esperar que tudo venha das instâncias superiores e dos representantes”, afirmou o indígena do povo Xukuru.
Programação
Com previsão de ocorrer em três municípios, outras seis ações de cidadania vão ocorrer no mês de junho, organizadas pela Comissão Iguais e a Escola Judiciária Eleitoral do Rio de Janeiro (EJE-RJ). No dia 8, às 14h, no Quilombo Maria Joaquina (Cabo Frio); no dia 11, às 10h, no Quilombo do Campinho da Independência (Paraty); no dia 25, às 10h, Imbé, Lagoa Feia, Sossego e Custodipolis (Campos dos Goytacazes).
