No próximo domingo (15/6), será realizado no Rio de Janeiro, na Lapa, o evento “Calor que Trabalha”, uma iniciativa do Instituto INDICA em parceria com o Pulitzer Center, que vai reunir representantes do poder público e da sociedade civil para debater os efeitos do estresse térmico, com foco em grupos como trabalhadores precarizados e povos indígenas, que são os mais impactados pelas mudanças climáticas, mas também os menos ouvidos nas decisões climáticas.
 

Com quatro mesas temáticas e a presença de nomes como Tainá de Paula (secretária de Meio Ambiente do RJ), Tatiana Roque (secretária de Ciência e Tecnologia do RJ) e Leo Lupi (subsecretário de Assistência Social), o evento propõe uma escuta ativa da população e o fomento a ações concretas e políticas públicas para enfrentar os impactos do calor extremo nas periferias e centros urbanos populares. A ação é gratuita, acontece no Bar & Lounge Antonella, e terá ainda programação cultural com roda de samba.
 

O encontro integra um projeto apoiado pelo Pulitzer Center por meio de edital voltado a iniciativas da sociedade civil que, inspiradas no jornalismo, promovem engajamento público em temas ambientais críticos. Além do evento, o INDICA está convocando jovens de 15 a 29 anos para contribuir com uma Cartilha de Propostas que será levada à COP 30, em Belém. A ideia é pensar caminhos reais de mobilização popular, e não apenas o que se deseja, mas como exigir que aconteça.
 

“A crise climática não é sentida por todos da mesma forma. O Pulitzer tem atuado para ampliar o espaço de quem já vive seus efeitos diariamente, mas muitas vezes não tem voz nas decisões. Essa ação no Rio é um exemplo de como é possível articular informação, diálogo e poder público para construir soluções mais justas”, afirma Bruna Wagner, gerente de programas do Pulitzer Center no Brasil.
 

“O grande objetivo do evento não é apenas conscientizar dos efeitos negativos do estresse térmico, que todos nós já sentimos. É dar um papel ativo para a sociedade civil em sugerir soluções e cobrar resultados diretamente com seus representantes do Executivo municipal”, destacam Caio Barroso e Francisco Figueiredo, organizadores do evento.
 

A ação é também uma prévia simbólica do que o Pulitzer Center pretende reforçar com a COP 30 em Belém: colocar os territórios e seus saberes no centro do debate climático global.
 

Enquanto os efeitos da crise avançam sobre a Amazônia, populações indígenas, ribeirinhas e quilombolas seguem com pouco acesso aos espaços de decisão. Iniciativas como esta — e como o Interconexão Workshop, realizado pelo Pulitzer em Belém em 2024 — evidenciam que é possível reverter esse cenário ao unir jornalismo investigativo, engajamento cívico e educação popular como ferramentas de transformação.
 

“A Amazônia precisa ser mais do que o cenário da COP; ela precisa ser protagonista. E isso só será possível se houver espaço real para saberes locais, dados produzidos nos territórios e jornalistas que contam essas histórias a partir de dentro”, afirma Gustavo Faleiros, diretor da Unidade de Investigações Ambientais do Pulitzer Center.
 

Com reportagens aprofundadas feitas por jornalistas de dentro dos territórios, aliadas a ações com escolas, universidades e fóruns públicos, o Pulitzer pretende garantir que o legado da COP 30 vá além do evento e fortaleça uma nova geração de comunicadores, educadores e lideranças comunitárias.


 

Serviço:

Data e Horário: 15 de junho, às 14h

Endereço: Av. Mem de Sá, 104, Lapa, Rio de Janeiro

 

Programação:

· Mesa 1: Estresse Climático e Assistência Social, com Leo Lupi e mediador;

· Mesa 2: Estresse Climático e Tecnologia, com Tatiana Roque e mediador;

· Mesa 3: Estresse Climático e Meio Ambiente, com Tainá de Paula e mediador;

· Mesa 4: Roda de propostas sobre Estresse Climático, com Tainá de Paula, Tatiana Roque, Leo Lupi e mediador;

· Evento Cultural: Roda de Samba do grupo "Terceiro Melhor Samba".